Estudando o Liber Null #04 – Liber Lux: Dualidade, Kaos, Kia e Éter

Hey! Praise the Sun folks!!!

Dies Venerii – 5 de maio de 2017 – Suzano-SP, sala dos professores durante um chatíssimo conselho de sala. Chovendo.

Diapungente, 50º dia de Discórdia YOLD 3183 / Sol 15 Taurus 09 – Lua 13 Virgo 43

Um pouco cansado e com sono, mas com uma energia criativa interessante e senso de querer cumprir coisas. Ainda não fiz o banimento diário.

(Isso acima é uma amostra de como você pode começar os seus dias no Diário Mágico viu.)

Ah, esse texto pode ficar um pouco pesado conceitualmente falando, se esforça ai.

LIBER LUX

O Livro da Luz começa com um belíssimo pentagrama, mas vamos nos aprofundae nele jaja, antes precisamos falar sobre a Dualidade.

Minha família tem uma certa tradição nas práticas indígenas que chamamos genéricamente de Xamanismo (apesar dessa palavra ser de origem siberiana), depois disso rolou uma “iniciação” (vamos discutir o que é essa parada em algum momento) no xamanismo de tradição Hawaiana, que é muito próximo das práticas de Magia no Caos na minha opinião. Enfim, com essa galera aprendi algumas coisas que foram depois apresentadas pelo hermetismo e por outras tradiçoes também, uma delas é o conceito de dualidade ou polaridade.

Dualidade

Não pensem a dualidade das coisas como oposições burras ou uma maniqueismo simples, essa dualidade é mais como uma espécie de hyperlinguagem binária onde o 0 e 1 criam toda uma realidade computacional, e um se define pelo outro, um não existe sem o outro, ao mesmo tempo em que ambos são a mesma coisa, tudo é um e um é tudo.

É importante ressaltar essa interdependencia por que é impossível dentro paradigma de mundo, alcançar algo sem ter contato com aquilo que a mente entende como “seu oposto” pois são espectros de uma mesma natureza, evoluir um sem desenvolver o outro tende a ser problemático e desestabilizador, para você ser um “santo” como é descrito pela igreja cristã tradicionalmente seria então uma escolha de alguém que entende e conhece o pecado, não que o nega. Aliás, olhe os santos cristãos, os maiores pecadores possíveis. Para alcançar o céu é preciso saber do inferno. Pense sobre isso.

Ah, PESQUISE as leis Herméticas, a Lei da Polaridade e na Lei de Gênero também vai te dar umas coisas bacanas para pensar sobre isso.

Agora vamos aos principais conceitos presentes nas páginas 29 à 32. A capacidade de síntese do Pete é incrivel, não tenho esse poder.

Kaos

Agora vamos pensar o Kaos partindo do conceito de Dualismo aparente. O Caos é a chama de tudo, o início e também o óleo que mantem esse motor funcionando e se movendo. Deus e Tao são outras palavra que definem bem esse conceito, o problema é que na sociedade ocidental Tao faz pouco sentido e Deus é visto como um velhinho benevolente entre nuvens ou um tirano pavio curto (segundo o mapa da cabala – que não é o território – na verdade vemos o desdobramento imagético e antropomórfico de Chesed/Júpiter e Geburah/Marte respectivamente, e não o que há além de Ain Soph Aur, o Deus incognoscível), assim libertar-se do conceito limitante de um deus antropomorfizado é algo importante, sua religião também pode te agradecer por isso.

O Ser e o Fazer são conceitos que penso como o processo de Tese Antítese e Síntese que é em si uma nova Tese. A Tese é o Caos gerando possibilidade, a Antítese a resposta criativa mas também reativa da consciência as situações, o Fazer do Pete,e a Síntese é o Ser que se transforma em uma Tese da consciência e o Caos assume o papel de Antítese, dando uma nova face a roda. Se tiver um tempo procure algo sobre o mano Espinoza, para ele só o Caos/Deus é livre e causou o início de tudo, nós somos reativos, e o “Deus de espinoza” é ao lado da descrição do Caos de Hakin Bey um ótimo delineamento do Kaos do Pete.

Outro papel do Caos é adicionar complexidade crescente ao Universo, gerando estruturas novas que não eram inerentes em suas partes componentes, ou perceptíveis a uma primeira olhada, uma interpretação hermética dos fractais por exemplo. Nessa visão, a evolução é fruto do caos, e causou concentração de Kia no gênero humano, permitindo consciência relacionada a matéria. Em tempo, dá uma olhada na Lei Hermética da Causa e Efeito.

Kia

Esse conceito originalmente não é do Pete, pertence a visão e sistema do Austin Osman Spare – o Maior Mago do Século XIX e XX (pau no cu do Crowley). Para Spare, simplificando, o Kia seria algo como o verdadeiro Eu, o Self, é possivel estabelecer uma relação com a Verdadeira Vontade revelada através do Sagrado Anjo Guardião na Thelema. Para o Pete, Kia é a mente, a consciência que entende Vontade e Percepção como coisas distintas, porém são um e estas são os componentes da parte fundamental e singular do humano a própria autoconsciência, o Kia, uma unidade de poder, um lampejo da criação e criatividade. Kia não pode ser experienciada por si pela consciência pois ela é a origem da consciência, a forma de se perceber Kia é através da inspiração e do êxtase dada à consciência. Pense na Lei do Mentalismo.

Kia é uma espécie de fagulha divina no indivíduo humano, a capacidade de criar, um Mago é um artista da realidade e o processo mágico simplificadamente é o exercício e o processo de dar liberdade e flexibilidade para a atuação o mais plena possível de Kia. Parece existir uma profunda ligação de Kia com Kaos, eles falam a mesma língua por isso se entendem e se percebem, é assim que o universo gera espaço e responde a realização da criatividade, da mudança, da criação. A Magia. Olhe a Lei Hermética da Correspondência.

Basicamente, o pensamento confere forma e o Kia confere poder/acesso ao poder.

Éter

Entre o Caos e a Matéria ordinária (esse mundo que você vê sempre, ordinário não é uma medida de valoração é apenas algo corriqueiro), entre o Kia e a mente, para o Pete e essa tradição que le propõe existe o Éter. 

Vamos lá, tecnicamente o Éter NÃO EXISTE no conceito de materialidade, essa parada é meio que uma hipótese Ad Hoc, os filósofos antigos, naturalistas e em um determinado momento histórico, até os cientistas mais pragmáticos acreditavam que existia o Éter em todo o universo, seria uma “substância” sem massa, volume e indetectável, tipo o dragão na garagem do Carl Sagan. Para o Pete Éter é um nome útil para definir uma “condição” tênue, dualista e principalmente probabilística. No Éter “existe” manifesto todas as possibilidades de Kaos ainda não direcionado e selecionados para “existir” e se manifestar na Matéria. O Éter manifesta aquilo que chamamos de eventos ou possibilidades Sensíveis, Causais, Prováveis ou Normais. Humanos, em especial Magos na condição de centros de Kia podemos trazer a existência coincidências altamente improváveis com a “manipulação do Éter”, e isso é Magia. Há, o Éter não é temporal, é possível assim agir através do tempo e distância, ja pensou em fazer um sigilo ou algo que altere seu passado? (ou percepção e lembrança dele se você se sente inseguro demais para considerar um tempo não-linear) É bacana, vai por mim.

O PENTAGRAMA!

Logo na primeira págida no Liber Lux temos um Pentagrama (p.29), mas antes o que é o pentagrama?

Uma das paradas mais bacanas no estudo do ocultismo é entender dos simbolos e sentidos cifrados na história da humanidade, vou tentar cobrir alguns simbolos mais recorrentes aqui, mas no geral isso é uma pesquisa que você mesmo terá que desenvolver. No caso do pentagrama, ele é uma figura bem recorrente nas muitas culturas, se não me engano tem registros dele até na mesopotâmia. Era simbolo sagrado para os pitagóricos, os celtas usavam, aparece na china, e por ai vai… Tradicionalmente para no hermetismo o significado é os quatro elementos básicos um em cada ponta inferior e o espírito na “cabeça”. E existe diferença entre pentagrama e pantáculo. pesquise.

Pete organizou o Liber Lux em um pentagrama, com cinco ações principais, um método de liga para as ações e um objetivo final, assim este simbolo tão comum ao hermetismo se torna no Liber Lux o elemento gráfico organizador e uma proposta de guia dos estudos para a formação em Lux do Magista.

A Gnose é o que da à liga para todas as práticas e permite que elas se desenvolvam. Os “pés” do pentagrama são Invocação e Evocação, o conhecer, manifestar e trazer para dentro e o conhecer, manifestar e trazer para fora, os “braços” Divinação e Encantamento, que é simplificadamente o processo de compreensão e influência na realidade respectivamente, e na “cabeça” do pentagrama Libertação a criação de possibilidade e desenvolvimento, culminando no contato/conversação/conhecimento com/do Augoeides, o Kia, o Sagrado Anjo Guardião.

No próximo post falaremos mais sobre o processo da Gnose!

Aquele beijo!

PS¹: As belíssimas imagens em Poesia Concreta das Leis Herméticas e o Diagrama da Cabala são do Rodrigo Grola, socio no Hod Studio e brother na vida. Se não me engano é possivel adquirir eles em formato de Poster viu.

PS²: Acho que vou fazer um hangout para trabalhar dúvidas e questões que precisam ser esclarescidas, que tal?

Sucesso Lindões.

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